O jornalista Itamar Melo, do jornal mais famososo do Rio Grande do Sul e 5º maior do país, atravessou a fronteira esteve com a equipe da ZeroHora em Montevideo entrevistando
brasileiros que se mudaram ao Uruguai para investir no ainda novo, setor da cannabis, o turismo canábico que até então era visto com desconfiança pelas autoridades foi acompanhando pelo jornalista no caderno de Comportamento & Viagens.
Nos últimos tempos, de olho na curiosidade que o Uruguai despertou após a legalização da maconha os nossos fundadores foram encontrados e entrevistados e relataram o terreno delicado do turismo canábico (na época), visto com desconfiança pelas autoridades uruguaias por conta do desconhecimento da cultura canábica – além da planta.
Por causa desse histórico, quem trabalha com o turismo da maconha cerca-se de cuidados. Os jornalistas do caderno de comportamento acompanharam uma demonstração de um dos tours oferecidos pela empresa, que teve como guia um nicaraguense de 47 anos tido como um grande cultivador (ele pediu para não ter o nome publicado). Anteriormente morador dos EUA, onde começou a cultivar há mais de duas décadas, transferiu-se para o Uruguai três anos atrás, atraído pela ideia de empreender no primeiro país onde toda a cadeia da cannabis é legalizada. Nos tours, 60% dos clientes dele são visitantes brasileiros. Também presta consultoria a clubes de cultivo que surgiram ao abrigo da lei e que não dispunham de conhecimento para a produção de alta qualidade.
– Este é o país mais livre em que já vivi. No Uruguai, trabalho no que amo. Sou um profissional da marijuana.
É só trabalhar dentro do marco jurídico que não há problema – diz.
==== Lembramos que esta é uma matéria de 2017: Os pacotes foram aprimorados e a cada tempoarada apresentam diferentes atividades e experiências ====
O tour começa em um segundo andar da Cidade Velha, onde o nicaraguense apresenta como funciona o modelo uruguaio. Após meia hora de explanações, ele conduz o grupo em direção a uma head shop (loja especializada em venda de produtos usados para consumo da maconha) na Avenida 18 de Julio, explicando a finalidade dos mais diversos acessórios. Na sequência, sobe por uma escadinha até o andar superior da loja, para uma sala envidraçada. Ali, visível para quem passa na mais movimentada das vias montevideanas, oferece uma demonstração de como extrair a resina da cannabis.
Começa por preencher uma pequena bolsa com a flor, que depois é levada a uma prensa. Submetida a pressão e temperatura elevada, a flor solta uma espécie de azeite que é puro THC, o princípio ativo da planta. Em seguida, o nicaraguense permite aos participantes do tour que sintam a fumaça dessa resina (como não está vendendo, mas mostrando a experiência e passando o conhecimento, não se considera que esteja infringindo a legislação). Essa forma de consumo é tida como a menos maléfica à saúde, por não envolver um cigarro.
Para o nicaraguense, oferecer uma experiência menos prejudicial com a droga é uma contribuição.
Em outra parte do jornal…
um dos socios e fundadores da empresa explica que: “Os proibicionistas mais querem é que o experimento uruguaio dê errado, e entendemos que existem algumas das pessoas que foram ao Uruguai por causa da maconha assumem uma atitude que pode colaborar para esse fracasso – vendendo a ideia de que qualquer um pode ter acesso à droga, de que tudo é muito fácil, de que não há necessidade de respeitar nada. E nós assumimos como missão combater essa visão. Além disso, entende que empreender no ramo é uma oportunidade de mostrar que a maconha pode gerar empregos e impostos. Tour Canábicos”
A matéria completa, em português, foi disponibilizada na versão impressa e atualmente está disponível para assinantes da ZeroHora.